Blogueiros, Influencers, criadores de conteúdo - Que conteúdo?

A história da tecnologia da informação digital é cheia de paradoxos e possui cenários de vanguarda e catástrofe andando em lado a lado.

Quando houve a abertura da internet para conexão pública, antes da WWW gráfica, a principal forma de comunicação eram os chats e os emails, serviços estes mantidos em boa parte por pequenas empresas de servidores de internet. Você comprava um número de horas de internet discada e acessava esse servidor que dispunha de um ambiente texto para mensagens. Anexos eram o pesadelo da época e rendeu muita confusão já que "enormes" fotos e "GIFs" custavam tempo de download e gastos de banda de internet.

 

 Um pouquinho de História e como vivenciei estes períodos observando "criação de conteúdo". 

 Como webdesign e produtor de video:

Verdadeiro ou falso?

 No início da web WWW, 1996, havia uma demanda enorme por CONTEÚDO, já que o "substituto do fax" se consolidava através dos emails e chats. O HTML surge como forma de programar as "home pages" e assim foram foram surgindo as necessidades, começava assim a "pavimentação asfáltica" da web, entre elas a de ter "uma página da empresa", "uma página para jornal", "uma página da ONG", em meio a isso surgem os serviços de Home Page Grátis e Diários Pessoais, os Blogs,  aí começam a surgir as "estradas carroçáveis" da internet já que sua origem não tinha qualquer alicerce institucional ou profissional. Começa aí a história dos "criadores de conteúdo". Uma época que nem a idade era solicitada para criar uma página.

Acesso à internet com computadores 8 bits
Pouco antes dos anos 2000 surgem as placas de captura e softwares para ver videos online e até mesmo ao vivo (é, isso não é novidade). Nesse tempo não havia restrições de tempo de video, apenas quanto de memória tinha disponível em seu site ou em seu HDD. O formato Real Video foi muito eficiente por mais de 10 anos até perder espaço para outros formatos de video como DivX e Mpeg4. Foi a época do "youtube particular" (o seu arquivo de vídeo era enviado para um servidor dentro da pasta de sua home page html, espaço geralmente comprado).

Abaixo a apresentação de uma home page WWW gráfica criada no ano 2000 com vídeos postados nela. Época dos computadores Pentium, Windows 98, navegadores Netscape ou Internet Explorer e vídeos filmados em VHS.



Como pedagogo:
O vídeo era tratado com delicadeza no sentido de que quem o produzia tinha uma longa curadoria para obra se tornar pública (estamos entre década de 50 e 90). Para aparecer em um filme, novela, programa de TV, telejornal e até mesmo comerciais, tinha que obrigatoriamente passar por um diretor que avaliava o curriculum e respectiva competência para ir ao ar.  Os vídeos caseiros sempre ficavam presos na sala da respectiva família de modo que eram apenas lembranças privadas. Dancinhas, pegadinhas, bobagens, inutilidades eram arquivo de família completamente inofensivos.

A partir da década de 90 os vídeos caseiros passaram a fazer parte de programação de TV, tornando-se publicas como humor e com isso muita gente queria estar nestes programas. Voluntariamente as pessoas enviavam suas VHS para emissoras.

Chegamos a 2005 com o início das plataformas de video (eram muitas além do Youtube, Vimeo e Daylimotion sobreviventes). Postar nelas exigia tato com câmeras analógicas, as primeiras digitais ou webcam. Esse perfil de "criador de conteúdo" centrava em paisagens ou até material televisivo. Foi um bom período. Postar era um ato de curtir e mandar a "VHS" por internet. Ninguém estava obcecado por "likes", "inscritos", "seguidores" ou dinheiro de audiência (monetização).

A ingenuidade e a cegueira em sociologia, intrínseca a quem é de exatas em TI, não percebeu que confiar ao mundo sua própria curadoria para o que posta seria uma tragédia mundial em pleno século XXI. O pedido de desculpas está exposto no documentário "Dilema das Redes" mas pouco ou quase nada dá pra fazer sem causar um caos cibernético.

O sinal que novas plataformas estão dando é que precisam ter mais gente, mais tempo presas a elas. Não importa e não interessa como ou suas consequências, interessa quanto e agora.

Leia aqui sobre os melhores documentários e filmes que abordam o tema : https://lousainterativadigital.blogspot.com/2020/10/tdics-vamos-entrando-professores-so.html
 

Entre tombos e desastres: A história das Videocassetadas no Domingão do Faustão... - Leia mais em https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/apos-32-anos-como-michael-jackson-do-faustao-animadora-sofre-com-fim-do-domingao-60514?cpid=txt

Veja também: Entre tombos e desastres: A história das Videocassetadas no Domingão do Faustão

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